1
POEMA DO NADA
ADAPTAÇÃO DO TEXTO DE ALMIR CORREIA

Nada mais estranho
que peixinho tomando banho.

Nada mais bonito
que berro de cabrito.

Nada mais elegante
que passinhos de elefante.

Nada mais safado
que gato no telhado.

Nada mais singelo
que preguiça de chinelo.

Nada mais ligeiro
que namoro de coelho.

Nada mais maluco
que macaco fazendo suco.


Nasceu e mora em Ponta Grossa, PR.
Começou a escrever antes de ser professor e foi, aos poucos, tornando esta atividade um hábito. Hoje escreve poemas, contos, roteiros para filmes.
"Gosto mesmo é de inventar histórias. Criar outros mundos", conta.
O autor é videomaker e artista plástico autodidata.
"A imaginação faz o seu caminhar até a sensibilidade e vice-versa. A sensibilidade percebe o mundo, a imaginação cria outros. Acho que sem sensibilidade não existe imaginação e sem imaginação a sensibilidade torna-se seca, dura e morre", acredita Almir. "Acho que quando a poesia toca fundo ao coração, quando ela consegue ser verdadeira, atinge todas as idades", completa.

Fiz um poema
e não sei se vale a pena
poemar.
É um poema com pena
pena do céu
pena da terra
pena do mar.
Não tem mais pena de índio
Porque índio já não se acha em nenhum lugar.
Mas ainda tem
pena de arara azul
pena de galinha sem cabeça
pena de pato pateta.
Tem tanta pena
pena até de travesseiro.
Só não tem pena nenhuma do burro
porque burro não tem pena.