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Carreira: Conservação e Restauro


Atividade: 4424 - Carreira: Conservação e Restauro
Descrição: Conheça o que faz o profissional dessa área e como é a profissão. Trabalho do restaurador é essencial para a preservação da identidade cultural. Cursos de graduação existentes no país são poucos e recentes. Profissional precisa entender de história e de química.

Um povo se reconhece como tal graças às heranças culturais e materiais comuns a essas pessoas. E para que esse patrimônio seja preservado de uma geração a outra o trabalho do conservador e restaurador é fundamental. O profissional irá lidar com a recuperação de bens móveis, como quadros, peças de cerâmica e esculturas.


'Fazer a restauração de um objeto implica não só em trazê-lo à sua forma original mas também em respeitar a história dessa peça. Muitas vezes, as intervenções posteriores têm tanta importância quanto a concepção original e, então, vale a pena deixar as marcas desses registros', explica Elaine Caramella, professora do curso superior tecnológico de conservação e restauro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Segundo ela, há uma grande diferença entre conservar e restaurar: 'a restauração implica em devolver a obra ao seu estado ‘original’, e a conservação consiste em aplicar técnicas que vão impedir que a peça se deteriore ainda mais'. 'Isso é mais fácil de ser percebido na arquitetura. Na Itália, por exemplo, as ruínas do Fórum Romano e do Coliseu foram conservadas e não restauradas', afirma Elaine.

E quem pensa que basta gostar de história da arte que vai se dar bem está enganado. Conhecimentos em ciências naturais, como química, biologia e física, são fundamentais.

'No caso dos livros, por exemplo, o problema da degradação do papel é a acidez. Daí há a necessidade de utilizar produtos químicos e saber utilizar o papel adequado', afirma José Carlos Andreoli, diretor do Centro de Documentação da Universidade de Brasília.

Formado em química, ele coordena uma equipe de técnicos que cuidam da restauração de livros. 'Além do material da universidade, também fazemos projetos externos, como a recuperação de obras raras do acervo do Senado.'

O restaurador Julio Moraes, cujo estúdio realiza a restauração do teto da igreja do Carmo, no Centro de São Paulo, concorda. 'Esses conhecimentos são mesmo muito pertinentes. A pessoa pode até não gostar no começo, mas depois vai vendo a aplicação prática e logo se interessa.'

Cursos

A formação profissional para lidar com bens móveis em nível de graduação ainda é muito recente no país. Segundo dados do Ministério da Educação, há sete cursos na área _cinco deles são tecnológicos.

'É uma carreira bastante interdisciplinar', diz Luiz Souza, professor do bacharelado em conservação e restauro da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 'Há uma integração com outras escolas e institutos da universidade, como as escolas de Arquitetura, Ciência da Informação e Engenharia, as faculdades de Letras e de Filosofia e Ciências Humanas e os institutos de Ciências Biológicas, Ciências Exatas e Geociências.'

No curso oferecido pela PUC-SP, que tem duração de três anos, as aulas de ateliê de restauro são dadas nos salões da igreja São Cristóvão, restaurada em 2000, que fica na avenida Tiradentes, na região central de São Paulo. A primeira turma começou no segundo semestre de 2008.

A Unicamp prevê a abertura de um curso de graduação em conservação e restauro no campus de Limeira a partir de 2010. O curso deverá oferecer 60 vagas.

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Fonte: http://g1.globo.com

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